Página virada


O Armando deixa o poder executivo e, no meu caso, não fica nenhuma saudade. Nunca estive em sua lista de prediletos porque nunca fui de me curvar. Não sei bajular. Não gosto de 'babação'. Infelizmente, o Armando prefere um hipócrita que lhe sorri, a um autêntico que lhe aponta o dedo. 

Entretanto, devo deixar registrado alguns pontos importantes. Graças à sua política de bolsas de estudo para o ensino superior, fiquei motivado a começar minha primeira faculdade. No final de 2007, pedi aumento para poder pagar integralmente meu curso ou, então, que ele pleiteasse uma bolsa adicional para mim junto ao diretor da faculdade. No frigir do ovos, a minha matrícula paguei sem benefício. 

Tudo bem. O primeiro semestre correu tranquilo. O segundo, só consegui pagar porque era ano eleitoral e recebi um extra que foi a conta para pagar as mensalidades. Mas, para o segundo ano, tive que me virar nos 30. Meu coordenador, Paulo Genestreti, me propôs ser monitor do curso. Dessa forma, eu teria que estar na faculdade todo sábado das 8h30 às 11h30 para aferir a presença dos alunos que tinham problema de frequência em semestres anteriores e/ou aplicar alguma prova ou trabalho. Ao menos pude terminar o meu curso sem depender de favores. 

Apesar de não ter desenvolvido nenhuma afinidade com o ex-prefeito, tenho clareza para separar o homem do gestor. Do homem nada tenho a exaltar. Do gestor, acredito que há, sim, lutas capitaneadas por ele que terão impactos sociais de médio e longo prazos. Isso, claro, se quem o suceder agora, e nos próximos anos, não fizer a sandice de destruir. 

Quando eram pedra, atiraram o quanto puderam no novo hospital municipal dizendo que 'só tem buniteza'. O fato é que, agora, têm um hospital e não uma casa de campo adaptada, esticada, ampliada e superada como era o Nossa Senhora do Rosário. O prédio está preparado para atender uma demanda municipal e passados mais 50 anos, a obra estará lá, para as futuras gerações.

As intervenções nas áreas de infraestrutura e saneamento também terão seus efeitos sentidos a longo prazo. A malha viária do município precisa sim, de melhorias, contudo, Zé Roberto retorna ao poder, tendo um elevado percentual da mancha urbana com drenagem e alguma pavimentação. Quando deixou o poder em 1995, a realidade era bem diferente.

Na área de Educação, o único programa que não vejo como ser 'boicotado' é de bolsas na faculdade, uma vez que dos 78 já beneficiados (25 destes formados) um percentual deles, sem dúvida, vai contribuir com avanços sociais em todas as áreas nas quais se especializaram. Além disso, por meio de lei, o convênio já foi renovado até 2017. Ufa!

Também a instalação da Escola Técnica do Centro Paula Souza, em Botujuru, tem seus efeitos de médio e longo prazos na formação de mão de obra qualificada para diversos setores produtivos. 

Pode passar despercebido, mas até a freada no avanço das especulações imobiliárias serão melhor compreendidas a longo prazo. Isso, se não houver um aniquilamento dessa política com a condescendência a novas invasões ou abertura de novos loteamentos sem as exigências de infraestrutura, como foi o caso do loteamento atrás do Jardim Europa, cujo loteador já entregou uma creche no final da rua Alemanha, antes mesmo de ter começado a liberar as construções.

 
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