Não consigo fazer festa


Esta semana, bem quisera baixar a guarda e ser menos beligerante, mas o frigir dos ovos não pede uma omelete. A cidade completa seus 48 anos de emancipação e a pauta de aniversário tem mais lamento que folguedo. Meus opositores vão alegar que estou lamuriando por estar fora da Prefeitura. Discurso de desinformado que, com prazer, vou desconstruir.
Estou fora, sim, por opção e não por imposição. Tinha um cargo de concurso como inspetor de alunos, mas fui mantido como assessor de comunicação, atribuição  que já exercia antes de prestar concurso.

‘Desvio de função!’, vai gritar a turba! Qua qua qua... Berrem! Afinal, a “nova” administração tem agido de modo bem cínico no que compete a definição de nomes para múltiplas pastas e funções.
Em 2002, comecei como diagramador e arte finalista na gestão do ex-prefeito Luiz Braz. Permaneci nas duas gestões do ex-prefeito Armando Hashimoto com as mesmas atribuições. Felizmente, por não ser braço curto, fui crescendo profissionalmente a ponto de poder produzir matérias sobre todas as editorias. Enfim, cresci.

Se quisesse ficar exposto ao espírito de vingança que permeia dos porões à cobertura da gestão municipal, poderia ter sido designado em alguma escola cujo acesso fosse o mais difícil para mim, uma vez que resido em Várzea Paulista desde junho de 2010.
Entretanto, ainda que meu candidato a prefeito tivesse logrado êxito em sua campanha, já havia delineado viver novos desafios profissionais. A decisão foi acertada. Felizmente, tanto posso lançar mão da experiência de dez anos na Prefeitura, quanto agregar valor pela possibilidade de aferir algumas nuances do Legislativo que não tinha a oportunidade de fazê-lo.

Paralelo a isso, estou alçando novos vôos na área religiosa, bem como consultor de comunicação para diferentes tipos de clientes.
No âmbito pessoal tenho, sim, o que celebrar. Entretanto, na questão coletiva o rojão fica guardado até segunda ordem.
A cidade comemora aniversário em um clima de não-sei-que-rumo-tomar. Os promoters da nova situação vendem a imagem de que estão aplicando uma vasta experiência para reconstruir a cidade.

A mentira adotada como estratégia para chegar ao posto de comando, infelizmente, não foi substituída por alguma verdade no exercício de qualquer traço de governabilidade.
A cidade tinha, sim, problemas na prestação de serviços, entretanto, não estava arruinada, destruída, abandonada como tenta convencer a trupe que, neste momento, conta com integrantes que sentem-se bolsa de grife quando não passam de saco de pão.
No mês de aniversário, o próprio prefeito veio a público e afirmou que, entre 75 mil campo-limpenses, não encontrou técnicos com experiência em administração pública. Isso, a meu ver, é um golpe no cidadão e uma humilhação.

A equipe teria sido encontrada em Jarinu, uma cidade com 25 mil habitantes e com metade dos recursos financeiros de Campo Limpo.
Aliado a isso, tem uma fragorosa piora no atendimento de Saúde, um vertiginosa queda na qualidade de atuação dos gestores de Educação, uma busca sem fim de um bode expiatório na Assistência Social.
Em situação que contando ninguém acredita, o próprio vice-prefeito, Marcos Roberto Martins, disse abertamente que, por ter sido sistematicamente preterido, não faz parte da administração que ajudou a chegar ao poder.

Os partidários alegam que é preciso dar tempo para que os gestores tomem pé da situação. Ora, se tanto tempo tinham para atacar, desmerecer, criticar, condenar, execrar, massacrar a quem queriam substituir, deviam ter aplicado parte deste tempo na preparação para ocuparem o lugar.

Por esses e outros motivos, não tenho porque fazer festa, mas se esperança serve de alguma coisa, ela fica no coração, lugar de onde não pode sair. Espero que ela também não seja deixada de lado pelos demais cidadãos. Afinal, governos duram bem menos do que nós e nossos filhos. E a construção de uma cidade melhor depende da perseverança de todos.


 
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