Feliz por ser minoria

No meio de toda balbúrdia dos protestos, estou felicíssimo e sereno por não fazer parte da maioria eufórica que vê em tudo isso o despertar de um gigante, a moralização do povo, a faxina ampla geral e irrestrita da corrupção, etc etc etc. Tomara que eu e mais alguns estejamos errados e, no final, de fato, alguma coisa que preste fique como saldo disso tudo.

Espero, sinceramente, que na busca por direitos, não se risque da agenda o cumprimento de deveres. Entre eles, estar sujeito à Lei. Se for para mudá-la que se cumpra os caminhos já estabelecidos para tal. Inclusive consultando a maioria sobre a opinião popular.

No dia 24 de junho, ocorreu um manifesto com a apresentação de diversas pautas a exemplo de outras cidades da região e do país. Pelo empenho dos que se mobilizaram na divulgação, pela articulação com Guarda Municipal, polícias Militar e Civil; pelas mensagens de orientação com dicas de como agir em caso de início de vandalismo (sentar no chão, para os agentes de segurança identificarem os meliantes); pelas mensagens postadas de não à violência.

Reuniram-se cerca de 2 mil pessoas, segundo a PM, e 3 mil para os articuladores. Com reivindicações sensatas, registradas de modo cívico e ordeiro. Reclamando sem ofender. Reivindicando avanço sociais, sem retroceder na postura democrática. 

Infelizmente, após 19h40 aproximadamente, quando os organizadores entenderam que a concentração que havia começado às 17h30, mesmo com chuva e frio, podia ser dispersada, alguns vândalos entraram em ação. Machucaram a cabeça de um PM e o joelho de uma GM. Quebraram vidros da Prefeitura e de alguns comércios ao longo da avenida Adherbal da Costa Moreira.

Males intoleráveis, mas presentes neste tipo de ajuntamento. Contudo, quando a onda da rua passar (e vai passar), outros protestos vão ocorrer sob o olhar atento de quem vai continuar se manifestando nos conselhos municipais, nos partidos políticos, nas audiências públicas, nas sessões ordinárias das Câmaras, nas conferências municipais, nas associações de moradores, nas APM's das escolas, enfim, em todo agrupamento que pode decidir ou opinar sobre questões da vida pública.

 
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