A quem se quer enganar?

No final de junho, a Prefeitura de Campo Limpo Paulista anunciou que não faria mais a Festa Julina deste ano porque não tem dinheiro e precisaria destinar os recursos que seriam destinados ao evento para a pasta da saúde. Dias depois, a cidade é bombardeada com propaganda institucional sobre a realização de dois eventos. Tive, então, que fazer coro aos protestantes sobre este imbróglio. 

Fazer a Festa Julina não dá, mas realizar Marcha Para Jesus e encontro de rock, isso dá. Sou evangélico e, o que vou postar agora, vão dizer que estou agindo como Judas, mas estou mais para Tomé. 

Quando todas as entidades que aguardavam com alguma expectativa a realização da Festa Julina foram surpreendidos com a ação benemérita, quase filantrópica de gestores que decidiram "assim!" tirar dinheiro de Cultura e Lazer para custear a Saúde no município.
Estima-se que o custo total de uma Festa Julina, considerando (locação de barracas, palco, som, iluminação, segurança, cachês de artistas, divulgação, transporte de artistas, alimentação de funcionários e convidados), pudesse ficar entre R$ 45 a R$ 60 mil. 

Se o Governo da desconstrução, que insiste em se vender ao contrário, precisa tanto conter gastos, então, que fechem todas as torneiras. Eu cheguei a presumir que a Marcha Para Jesus fosse algo apenas com o "apoio" da Prefeitura. Ou seja, autoriza o local, disponibiliza ambulância com profissionais, autoriza apoio da GM. Contudo, o spot usado no carro de som identifica o poder público municipal com "realização". Logo, fica explícito que estão indo muito além do mero apoio logístico. O mesmo se dá com o encontro de rock. 

Não sou contra nenhuma manifestação cultural e religiosa. Todos têm e devem, sim, expressar o que acreditam. Desde que a ordem seja mantida, tudo é lícito, convém e algum benefício trará. Nem que seja o bem-estar mental e espiritual dos que são contemplados com a ação. 

Mas, será que por alguma razão querem, agora, convencer que tudo isso vai acontecer na base do "0800"? Não vai haver nenhum custo de transporte, alimentação? Todo mundo canta e toca por ação filantrópica? Som também não terá custo?

Já foi postado no Debate Campo Limpo Paulista (grupo de debate do Facebook voltado para a cidade) sobre esta incoerência de cancelar um evento, mas aparecer com outro(s). Houve quem jogasse muitas pedras em quem suscitou o questionamento.

Há quem se oponha com fervor a toda e qualquer destinação de recurso público para eventos que tenham algum caráter religioso. Não sou hipócrita para sair pregando contra. 

Como evangélico, não condeno nenhum apoio financeiro que é prestado a eventos católicos ou de outras expressões religiosas. Não pagaria um vintém para ver certos tipos de rock, mas se o estilo musical existe, ele deve, sim, ser incentivado. Se para os gêneros musicais que seriam ouvidos em uma Festa Julina não têm recursos, logo, outros eventos com foco musical também não deveriam ocorrer. Se está cortando de uma coisa, que se corte também da outra, ou que se deixe para ambos.

Os partidários e defensores dirão: 'Mas a Marcha e o encontro de rock são mais baratos'. Não interessa! É dinheiro que a trupe da mentira alegou não ter, como de repente, o recurso existe? A propósito, qual era o orçamento da Festa Julina e como pretendem fazer a destinação para a saúde? Quando falarem do orçamento, considerando o adiantado da data em que anunciaram o cancelamento, favor informar os itens orçados, os fornecedores e os artistas. 

Vocês, senhores membros do Clube da Vingança, podem enganar um grupo de pessoas por algum tempo, mas não a todas as pessoas por todo o tempo. 

Lembrete costumeiro:
NÃO TENHO NENHUM PARENTE PARA VOCÊS DEMITIREM, OU TIRAREM DE FUNÇÃO.

 
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