Contra quem se manifesta?





O discurso do abestado aí acima é "caliente"! Cheio de palavras de baixo calão. Reacionário, revolucionário ou idiota mesmo? O valente do vídeo é membro de algum partido, qualquer que seja ele? Sou anti-esquerdista, mas sou favorável a que mesmo o marxista do PSOL cresça em número de membros.



Depois que a onda passar (e ela vai passar), o que essa população vai fazer de verdade? Os corruptos que chegaram e se mantém por "décadas" como protesta o valente do vídeo lá estão por conveniência da maioria. Discursos com palavrões, empolgam plebe, não civis politizados.



Os movimentos vão se exaurir. As aglomerações vão perder força. Não estou em nenhum governo, mas se estivesse NÃO TERIA MEDO DE MOVIMENTOS QUE SÃO ENCERRADOS COM INCÊNDIOS E DEPREDAÇÕES. 



O que causa "medo" em governante é participação popular organizada, legitimada pela lei. O que causa medo em governante são conselhos municipais consultivos ou deliberativos com membros da sociedade civil que não abaixam a cabeça por favores mesquinhos prestado em prol de si, família ou amiguinhos.



Participação popular é ser membro dos conselhos. Internet mobiliza eleitores, mas ela não é pessoa física para votar. Gritar faz parte da birra de crianças. Trabalhar, ler, estudar, votar com critério dá muito mais trabalho que ir para a rua.



Um texto assinado por Duda Buarque expõe coisas que ninguém gosta de ler. 



"O brasileiro se levantou contra toda essa corrupção e violência. Um senso de indignação generalizado, de já ter tolerado demais, apanhado demais.
Mas se você foi à manifestação e usa carteirinha de estudante para ter meia-entrada, mas não é estudante, você é parte do problema. Você não tem moral para reclamar da corrupção deste país. O nome disso é hipocrisia.
(Reclame mesmo assim, por favor, porque são dois problemas diferentes.)

Se você joga bituca de cigarro no chão, você trata a cidade como o seu lixo particular. Mas a cidade é de todo mundo. As ruas estão nojentas e a culpa é sua.

A manifestação é contra você.
Ah, você é ciclista, todo orgulhoso de ser sustentável, um carro a menos, menos trânsito e CO2. Você reclama da opressão do carro, mais forte, contra a bicicleta, o mais fraco. Mas você não para no sinal.

Não respeita a faixa de pedestres. Você até anda na calçada, tornando-se o opressor do pedestre.
Não se iluda: a manifestação é contra você.
Você leva o cachorro para passear e não recolhe o cocô. Ninguém admite, mas o resultado está aí: nossas calçadas são um mar de merda. Calçada não é a privada do seu totó.

A manifestação é contra você.
Você joga papel no chão, e não faltam desculpas para não fazer o que é certo. Essa merda de prefeitura que não instala lixeiras, né? Ou, saída de estádio, você toma uma cerveja e joga a lata por aí. Ah, todo mundo estava jogando. Depois vem o cara limpar. A responsabilidade não é do estado. É sua. E você, manifestante, não pode se esquivar a ela nos outros 364 dias da sua vida.

A manifestação é contra você.
Você não cumprimenta o porteiro. Você exagera horrivelmente no perfume e invade o nariz do outro. Você dirige bêbado. Você põe um escapamento superbarulhento na sua moto, que dá para ouvir a quarteirões de distância, incomoda todo mundo e compra um capacete que ajuda a isolar o som. Você obriga todo mundo do ônibus a ouvir a sua música.

Você suborna o guarda ou qualquer outro serviço público. Ou ainda, você escreve textos como este, apontando o dedo contra delitos que já cometeu ou ainda comete, achando que dedo em riste exime você da responsabilidade.

Você é parte da violência. Você é parte da corrupção. Se você não mudar, o país não vai mudar. Mas não adianta todo mundo apenas demandar que “o poder” conserte as coisas. Quer mudar o país? Não esqueça de mudar a si mesmo, e pagar o preço da mudança, como um adulto.
Então, vai pra rua, que estava na hora. Mas não esqueça: a manifestação é contra você."

 
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