Manifesto contínuo

No dia 24 de junho, 3 mil campo-limpenses, segundo os organizadores --para a PM foram 2 mil--, tomaram conta das avenidas Alfried Krupp e Adherbal da Costa Moreira em um manifesto pacífico que reivindica que a cidade fique livre da corrupção. 



Tudo correu bem até que alguns vândalos deixaram sua marca. Felizmente, boa parte dos manifestantes já tinha se dispersado. Um dos colaboradores postou, às 19h40, via perfil no Facebook que o evento estava encerrado e o objetivo havia sido alcançado.

A luta, porém, continua. Estar nas ruas com bandeiras, cartazes, rosto marcado é um passo de entre muitos que precisaremos dar. Como tenho proposto sempre, deixo aqui minha colocação: toda essa onda que marca o país só sairá do status de movimento para marco histórico se não nos contentarmos em ter as manifestações nas pautas dos principais veículos.


Precisamos, com urgência, que a massa de jovens passe a integrar conselhos deliberativos e consultivos. Algumas associações de moradores precisam ser revitalizadas ou mesmo criadas. As sessões nas câmaras municipais precisam contar sempre, sempre e sempre com a presença do povo.

Com razão, muitas pessoas repetem o bordão "nenhum partido me representa". Isso, porém, pode ser mudado se estivermos devidamente engajados. Sou anti-petista, mas acredito que a legenda pode e deve ser fortalecida com a participação de mais pessoas.
Assim como o PT, há o PV (onde estou filiado), PTB, PCdoB, PPL, PR, DEM, PSDB, PMDB, PPS, PSDC, PHS, PSOL por enquanto, 28! Tem fusões a caminho, criações em andamento. 

Sei que isso não vai acontecer com 100% de quem foi às ruas, mas se tivermos algum percentual desta nova geração se engajando, passo a ter mais esperança de que, de fato, estamos no caminho do despertar. Provavelmente, só os "vocacionados" se é que posso definir assim o farão. Meu desejo é que tenhamos muitos, centenas, milhares deles em Campo Limpo e milhões país afora. Ainda que pensem contrário ao que defendo, não precisamos ver crescer apenas o que nos é comum. Temos de aprender a respeitar o crescimento alheio. 

Mesmo quem não acredita que vai ser um dia candidato a isso ou aquilo, pode participar. Se não tem disposição para ficar falando em público, chamando para o embate político, pode ser um multiplicador, ou, porque não, até um mediador entre os governantes e o povo, ou entre os partidos e a voz das ruas.

Ainda não entendi o que a presidente Dilma Rousseff quer como reforma no plebiscito. Parece ser algo como dar mais representatividade. Até lá, proponho que se utilizem os dispositivos legais já estabelecidos. No caso de filiação partidária, se ao integrar uma legenda o filiado perceber que tem caroço no angu e não tiver força política interna para emplacar mudanças, não é exigida fidelidade partidária de quem não foi eleito. Basta desfilar-se e começar a participar de outra legenda ideologicamente similar. 

Por isso, sugiro a filiação em grupo. Não ingresse só. Veja outros amigos que têm a mesma afinidade ideológica, procure o partido que mais interessa e ajude a fazer a transformação de modo silencioso, mas eficiente. Vai dar mais trabalho. Mas, acredito que vale a pena. Nem sempre se vai ganhar, mas sempre se vai crescer, aprender. E, de modo contínuo estaremos construindo o país que queremos. 

Se veremos as paredes na altura que queremos, não dá para saber, mas nossos filhos deverão ter dificuldades menores.

 
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