Nova moda: o ócio


Temos seríssimas dificuldades de desenvolvimento no Brasil ainda que toda mão de obra economicamente ativa esteja a pleno vapor. Imagina se pegarem gosto por esse negócio de ‘vamos parar tudo!’.

Não é de agora que as notícias sobre falta de profissionais qualificados tomam conta dos principais veículos. O assunto que predomina nas conversas dos ‘especialistas de botequim’ é a vinda dos médicos estrangeiros.

Contudo, muito antes desta balbúrdia os veículos especializados, ou não, retratam o aumento de profissionais estrangeiros para diversas funções no país. 
Em abril deste ano, o portal de notícias G1, divulgou que em Florianópolis há 2500 vagas para o setor de tecnologia. Uma empresa está com 60 funcionários e vaga para mais 60 e não consegue fechar o quadro. Resultado? Contrataram um espanhol.

O jornal “O Globo”, de 25 de abril, aponta que uma pesquisa da Fundação Dom Cabral feita com 130 executivos de empresas de grande porte em todo o país revelou que 92% deles têm dificuldades para empregar trabalhadores preparados para os cargos que oferecem <clique aqui>. 

Entre os principais obstáculos citados na pesquisa, realizada no ano passado, 81% das respostas mencionaram a escassez de profissionais capacitados; 49% citaram a falta de experiência na função; e 42% reclamaram da deficiência na formação básica <clique aqui>.

E, quem diria?! Está faltando profissional para as linhas de produção! A mesma pesquisa da Fundação Dom Cabral, revela que para 52% dos empresários este é o setor mais difícil de encontrar profissionais. 

Os empresários indicaram, ainda, outros setores onde a escassez de mão de obra se manifesta: Planejamento (32%); Logística (23%); Recursos Humanos (20%); Administrativa (18%); Financeira (17%); Comercial (16%) e Compras (11%).
Outra pesquisa realizada pela consultoria Page Personnel, no Nordeste, a falta de qualificação provoca entrave ao crescimento para 66,7% dos entrevistados. Para 45,8% é a baixa produtividade e para 41,7% são os encargos tributários.

No Sudeste, 41,1% dos entrevistados afirma ter dificuldade de encontrar trabalhadores qualificados. Na região Sul, esse percentual sobe para 53,4%. Conhecimento técnico, proatividade e visão estratégica são características que faltam a muitos trabalhadores, de acordo com o resultado da pesquisa. <clique aqui>

Mesmo assim, o que se vê aqui e acolá é uma vibração velada pelas paralisações que pretendem ser formas de protestos para ‘mudar o país’, ‘reivindicar direitos’, ‘lutar pelo trabalhador’, ‘melhorar as condições de trabalho’, blá blá blá.

Tenho usado o ceticismo como travesseiro quanto a esse pseudo-despertar do ‘gigante’. Não acredito em despertar que suporta o ócio, incentiva a intolerância entre os divergentes e, por qualquer coisa, recorre à velha estratégia do cruzar os braços.

Agora, a CUT e correlatos resolveram tentar chamar para si a responsabilidade da articulação isenta de interesses (quaquaráquaqua!). O argumento de presidentes ou postulantes aos cargos é de que estão reivindicando direitos do trabalhador. Será? 

A soma de contribuições sindicais (feitas compulsoriamente) que vem registrada no holerite é bastante vultuosa para um setor que, se não está no mesmo nível dos maus políticos, não tenho dúvidas de que está abaixo. 
Isso porque sempre há um ou outro que se submete a algum poder financeiro maior. Engraçado é que  as vantagens nunca podem ser compartilhadas com os “companhêros”. 

Nunca vi nenhum sindicato ‘brigando’ para que as empresas ampliem seus programas de qualificação. Será que isso não é medo de que quanto mais qualificado for o trabalhador mais questionador ele se torne? Bem. Na dúvida, alguns sindicalistas devem arquitetar: ‘Vamos sempre propor que parem de trabalhar. Assim, os peões acham que estamos lutando por eles, e nós garantimos nossa mamata.’

 
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