Meu oponente preferido: PT



Nesta quinta-feira, dia 31 de outubro, os assuntos que ficaram no top five foram: 
1) Boletim de ocorrência a membros do Debate Campo Limpo; 
2) Pró Saúde; 
3) Qualidade da educação e da saúde; 
4) Qualidade da oposição com foco especial no PT; 
5) Campanha Não Aceito Mordaça.

Quero abordar algumas questões acerca da qualidade de oposição. Isso porque no embalo desta pauta, foi inserida uma outra muito interessante que, não nego, causou-me excitação: eleições no diretório municipal do PT. É uma pauta que venho acompanhando tanto em Jundiaí (onde tenho alguns fatores que me agradam no vereador Paulo Malerba), quanto em Campo Limpo.

Uma das intervenções questionava que o PT nunca fez oposição. Obviamente, discordo em gênero, número e grau. Embora o PT seja um partido no qual jamais eu me filiaria, por mais que eu abomine algumas das suas bandeiras, especialmente por causa dos 10 anos do petralhismo em Brasília, é um partido que tem mais de 30 anos e dentro do sistema brasileiro está aí para cumprir o seu papel. 

Sou ferrenho combatente do lulo-petismo, mas não sou ignorante para negligenciar a importância de quem pensa contrário e o faz com lucidez e coerência. 
Por isso, quando se diz que o PT nunca fez oposição, contesto, sem titubear. Isso porque sou testemunha da atuação do ex-vereador professor Rui Murari que muito enobreceu e dignificou a legenda petista na cidade. Infelizmente ele não teve todo o reconhecimento que era digno. Mas sabia, sim, fazer oposição. Fazia isso sem estardalhaço, com firmeza, com coerência. Sabia discordar, sem gritar, propôr, sem impor, alterar, sem bagunçar. 

Tomei o cuidado de fazer uma pesquisa muito interessante no Tribunal Superior Eleitoral e apurei alguns números do PT na cidade que, dada a clareza, falam por si.

Beligerância
Fico bastante temerário e sou cético quando aparecem
pessoas interessadas em oposição beligerante. Acredito que existe confusão entre oposição espalhafatosa-burra-improdutiva e oposição discreta-perspicaz-produtiva.


Neste momento, o PT de Campo Limpo está trilhando uma trajetória que pode não agradar a quem tem faca nos dentes, mas é uma postura que dará resultados a quem faz da razão sua bandeira e coloca os interesses coletivos acima dos partidários.



Se o partido conseguir manter a trajetória de resgate da imagem que construiu ao longo do último pleito, certamente vou ter trabalho para superá-los na contagem de votos. Contudo, é melhor ter um adversário forte, que sabe construir, do que adversários que são comparáveis a siri na lata: muito barulho e nenhum resultado.

Quase-morte
Quando em um momento de quase sandice de uma parte do
PT, aventava-se a possibilidade do Zé de Assis formar uma chama com o PT, mesmo sendo filiado ao PV e tendo o Luiz Braz como meu candidato, visualizava que seria algo muito danoso para a democracia na cidade e, pior, seria o sepultamento definitivo do partido. Felizmente, dr. Japim Andrade e Odair Ito fizeram uma feliz dobradinha e, gastando muita sola de sapato, conseguiram resgatar a imagem do partido. Já disse várias vezes e reitero, que se a cidade queria mudança, deveriam ter optado pelo PT e não pelo PR. 

Nos poucos contatos que tive tempo para travar na rua
durante as eleições, cheguei a recomendar voto ao PT para quem resistia ao nome do dr. Luiz em função da agudíssima rejeição ao Armando. Esta semana, falei com um petista "roxo" que fez o oposto: a quem não aceitava os candidatos do PT, ele recomendava que mantivesse quem já estava.

Oposição x Avanço
Sempre tive o entendimento de que uma cidade só consegue
avançar, ainda que lentamente, pelo embate de forças contrárias. Desde que os embates não entrem para o agravo pessoal com o enfoque em questões de fórum íntimo como religiosidade, histórico matrimonial etc as discordâncias, os votos contrários ou favoráveis a um projeto, enfim, a rotina parlamentar e executiva precisa ter este fator do "não-é-bem assim". 

Não tenho dúvidas em dizer que muito do que a cidade deixou de conquistar na gestão do Armando Hashimoto (embora tenha andado, ainda que muitos queiram negar), foi pela ausência completa de uma oposição minimamente articulada, com capacidade de propor algo com lucidez. Resistir num ponto, ceder no outro. Enquanto ele nadava de braçada tendo leão-de-chácara na Câmara, alguns insucessos para a cidade foram sendo somados.

Ainda que a parte beligerante das diversas legendas, em especial o PT, argumentem que não existe oposição, isso é argumento de quem quer desmerecer para ocupar o lugar, porém, não tem habilidade para fazer sequer igual, muito menos melhor.

Discordâncias
Se dr. Japim fosse prefeito hoje, não tenho dúvida de que eu estaria na trincheira do ataque. Contudo, até os argumentos de oposição teriam um outra amplitude. O que hoje se apresenta como governo é tão fraco que as discussões acabam ficando rasas. 

O risco de um retrocesso na trajetória de recuperação da imagem do PT é algo que não vale a pena correr. Além de chafurdarem o partido no ostracismo que amargou durante um longo período, a cidade sairia perdendo por não manter pessoas militando com inteligência. Gente fazendo barulho e batendo lata é a coisa mais fácil de aglomerar. O berro é a estratégia mais medíocre de atuação política. O diálogo é coisa que cabe apenas a quem tem competência.

 
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