Por que atacar quem não é ameaça?


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De hoje, 1º de novembro até 5 de outubro de 2014 faltam exatos 338 dias. Até que seja iniciada a campanha eleitoral em âmbitos estadual e federal há 9 meses pelo caminho. No entanto, o clima que se tem é que o pleito já começou.
A presidente Dilma Rousseff (recuso-me a chamar de “presidenta”) usa o discurso de que precisa apenas governar e, não, fazer campanha, mas não é o que parece.

A alta cúpula e o baixo clero espalham nas redes sociais, nos sites, blogs e reuniões de botequim que o Brasil só se tornou Brasil por causa do PT! 
A grande salvação! A renovação de todas as esperanças! O único partido capaz de construir igualdade, justiça e fraternidade. Não é para parecer uma piada, mas, infelizmente, é preciso rir diante de tanto escárnio com a inteligência alheia.

Contudo, por essas e outras, a reeleição da presidente, está mais do que garantida. Enquanto o estômago for a principal e única plataforma de governo desta anomalia esquerdista que aparelha todos os órgãos do Estado, não há com o que se preocupar com o discurso da oposição. 
Mesmo porque, o discurso da oposição, de direita, neo-liberal, reacionário, retrógrado, etc está confuso, sem porta-voz de expressão. 

O “politicamente correto” é vir com uma celeuma que chamam de plataforma de inclusão social, de “tecnologia sofisticada”, definição dada por Dilma ao programa bolsa família durante comemoração pelos seus dez anos. Mentirosos, inescrupulosos, corruptos, gente de estirpe torpe querendo vender como se nobres fossem.

Como o discurso da direita é complexo demais, apela ao cérebro e não ao estômago, recorre aos intricados recursos da razão e não à superficialidade da emoção, a ladainha lulo-petralhista é mais sonora, mais fácil de atuação da claque. 

Logo, considerando a preguiça cognitiva das massas, a complacência com o coitado que não consegue plantar, mas consegue se reproduzir em larga escala, não tem dinheiro para o alface, mas consegue bancar a pinga, não consegue pagar o coletivo para o trabalho, mas tem recursos para sustentar o vício de cigarro, não existe necessidade de ficar preocupado com a oposição.

Na prática, a divisão entre esquerda e direita se diluiu ao longo dos últimos anos. Na verdade, as coisas estão fundidas. Contudo, na teoria, reconheço, sem nenhuma vergonha que sou, sim, de direita. Sou conservador, tradicional, reacionário, prefiro, de longe, o modelo de economia americana, do que a farsa cubana de igualdade. Por esta posição ideológica assumo a derrota eleitoral em 2014. 

Não acredito que vá ocorrer a alternância de poder, bem necessário para a saúde da democracia. Pelo rumo das prosas, tenho certeza que as coisas vão continuar como estão. 
O Molusco-Mor dando as cartas, a Marionete de Luxo cumprindo a cartilha e, em breve, mais depressa do que se imagina, Zé Dirceu e todos os demais que figuram como protagonistas do mensalão desfilando em carro aberto e acenando para todos como se fora herói, conquistador. 

Mesmo sentindo o sabor da derrota, tenho questões que saltam na minha cara:
1) Por que o Molusco-mor está tão vociferante contra os opositores? 
2) Por que o tom dos discursos, durante e após a comemoração dos 10 anos do Bolsa Família, sobejaram ataques a todos os partidos que não rezam pela cartilha petralhista bem como à imprensa?
3) Por que se faz necessário negociar tantos cargos e ministérios para garantir o que definem como “governabilidade”?
4) Por que o Molusco-Mor não veio babar e cuspir durante os protestos de junho?

Concluo com uma ressalva: nem todo petista é petralha. Existem os lúcidos, que discordam, contestam, lutam sem brigar, constroem sem destruir. As eleições dos diretórios municipais do PT estão agitando a região. É de bom tom que até os rivais torçam por mais saúde intelectual. Se o topo está podre, ao menos as bases precisam ser conservadas com alguma sustentabilidade.

 
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