Rever posições é possível


O que passo a compartilhar neste post o faço porque se trata de atos equivocados praticados à vista de muitas testemunhas. Posto que o reparo já foi possível em âmbito restrito, sinto-me no dever de tornar pública minha retratação como forma de dar o devido reconhecimento da grandeza e notabilidade da outra parte.

Na noite desta terça-feira, 26, vivi uma situação não programada, mas que fez-me muito bem. Cheguei um pouco atrasado para a 20ª Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores. Normalmente, chego com 30 minutos até uma hora ou mais de antecedência. Desta vez, porém, atrasei.

Ao subir as escadas que dão acesso ao segundo piso do Paço, dei de cara com o personagem em questão. Olhando-o, fixamente, aproveitei a oportunidade para dizer algo que é impróprio para maiores e menores, mas que, naquele momento, já não passava de uma brincadeira. Ele retrucou dizendo que tudo é uma questão de ação e reação.

Antes, este contato me deixaria gélido de raiva. Mas agora, a bandeira branca estava hasteada desde a madrugada do dia 23. Dias antes, estive às voltas com a intenção de abordá-lo, mas dividido entre o medo de ser rechaçado e o orgulho de ter que ceder. A relutância era decorrente do histórico de contato com o "cabra".

Começamos a trocar farpas, lascas de paus e pedras, ossos e tudo o mais que fosse possível, no famigerado período eleitoral. Já este ano, lembro-me de situações que quase esticava o pé para que ele tropeçasse (sou malvado, sim), mas nunca tive coragem de fazer.

Como estávamos (estamos) em trincheiras políticas e ideológicas opostas, reconheço que em alguns momentos excedi-me na manifestação do contraditório. Pelo que, ainda no meio do alvoroço eleitoral, me arrependia, mas já que estava na chuva, nem queria mais me secar.

Este camarada que, até então era oponente com faca nos dentes, também não poupava munição. Como diz o carioca, o "pau fechava". Felizmente, temos vocabulário suficiente para não ficar postando os termos chulos que gente medíocre adota a qualquer contrariedade. Contudo, o histórico de comentários, réplicas e tréplicas é funesto.

Passados mais de 365 dias, o ajuste de contas bateu à porta. Por razões não palpáveis, passei a contabilizar uma avalanche de acontecimentos que sucederam a este jovem idealista e também a mim. Comecei a ficar inquieto e desejoso de tentar corrigir o que fosse possível. Como não sou flor que se cheire, osso duro de roer, resisti o quanto pude, até o momento que o assunto ficou como goteira na consciência.

Quando o incômodo passou a ser qual urubu em cima da carniça, tive de agir para conseguir dormir sem ficar com a martelada na cabeça. Como toda celeuma começou no universo virtual, lancei mão do mesmo recurso e, finalmente, depois de muito relutar, matutar, remoer, pensar, ou coisa que o valha, chamei a pessoa inbox. Faço a ressalva a seguir: esta alternativa de um dia ter vontade de chamá-lo, jamais passou pela minha cabeça que aconteceria, muito menos que eu teria coragem de dar o primeiro passo.

O primeiro contato foi à 0:45 do dia 23 de novembro. Como sei que se trata de um "bicho noturno", contava ver alguma resposta no meio da madrugada, no mais tardar, logo pela manhã cedo. Deu meio-dia e nada! Cheguei a pensar que tivesse sido um erro.

Porém, às 14h45 veio a primeira resposta: "Fique à vontade, Emanuel!". Ufa! A porta estava entreaberta. Como eu estava na rua acompanhando um evento em Jundiaí, não consegui responder de imediato. Só foi possível usar o Android cretininho que tenho às 15h12.

Naquela tarde, não foi possível dizer muito no inbox, mas conseguimos comunicar o suficiente. Interrompemos o papo porque o pai tinha também de ser babá e doméstico. Eu também precisava guardar o "zoio na caixa", pois tinha dormido menos de 4 horas e passado a manhã cobrindo uma ação social em Jundiaí. Antes porém de ele se entregar ao tronco e eu ao ócio, conseguimos colocar alguns pingos nos i's.

Com um pedido mútuo de desculpas, demos o primeiro passo para reparar danos causados pelo jogo de palavras. Você que teve interesse de chegar até este ponto da leitura, deve querer saber de quem estou falando. Pois bem. O personagem central da postagem é o Odair Ferreira Junior. Para quem se lembra da pancadaria eleitoral talvez cause algum choque. Mas o fato é que esta retratação foi possível.

Isso não me torna mais nobre e de espírito mais elevado. Pois tem gente acerca de quem não senti a menor vontade de me retratar por qualquer palavra do que já disse e tenho dito. Porém, em se tratando do Odair, deixo aqui meu reconhecimento e agradecimento público porque, ao contrário do temor que alimentei, ele mostrou-se solícito ao meu pedido de desculpas e foi recíproco na ação.

Os politiqueiros se puxam pelos cabelos, hidratam-se na lama durante período eleitoral e, depois, aparecem dizendo que 'está tudo bem'. Claro que com o único interesse de barganhar ganhos financeiros. Contudo, nem o Odair nem eu temos qualquer acúmulo de recursos lícitos ou ilícitos que nos permitam barganhar.

Nenhum dos dois tem qualquer poder político. Logo, posso dizer que estamos desarmados. Como o Odair bem colocou falando diretamente a mim: "embora nos divergimos no ponto de vista, nossas intenções [quanto à cidade] espero eu são as mesmas".

Isso posto, deixo aqui, Odair, meus sinceros agradecimentos por você não ter me rechaçado. Sinto que posso tirar seu quadro da parede dos que vão ser bombardeados, para a parede dos que vão ser observados. 

Para quem foi testemunha das vezes que o recriminei por me chamar de "Manú". E olha que neste contato não programado, fui tratado pelo apelido e, de verdade, não me incomodei, digo até que gostei. Para quem me viu "voando na jugular" dele por algumas publicações, fica aqui a retratação pelos agravos.

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