Palhaços que reivindicam seriedade


No final de junho, um dos apresentadores do programa CQC, Rede Bandeirantes, fez a primeira visita a Campo Limpo Paulista em função de uma nova denúncia (a sétima em 19 meses) que aponta improbidade administrativa no rompimento de contrato e definição de nova administradora do Hospital de Clínicas.

Um munícipe, Helton José Pereira, escreveu sobre o assunto para o Jornal de Jundiaí, na coluna "Espaço do Cidadão" o que segue:

"CQC EM CAMPO LIMPO    
Há cerca de dois anos, utilizei o espaço cedido pelo JJ em duas oportunidades: uma para elogiar o programa CQC e seu quadro “Proteste Já” e questionar se os administradores da nossa região estavam preparados para recebê-los; e outra para questionar uma informação publicada em Campo Limpo Paulista por um jornal local durante as eleições municipais de 2012, que dizia que o hospital da cidade teria 7 leitos de UTI mediante a assinatura do governador (se ele precisar de caneta, eu tenho).
Com enorme satisfação, soube que há poucas semanas a voz do povo de Campo Limpo Paulista foi ouvida e representada pela rede Bandeirantes de Televisão, que procurou o programa CQC e o quadro "Proteste Já", reclamando justamente da administração do Hospital, e ao que me consta, o prefeito não quis receber a imprensa, o que é uma pena, pois tiveram 20 anos para se preparar e mais dois anos que eu avisei, totalizando 22 anos. Que me provem o contrário se não é a mesma administração na cidade desde 1992.
Toda eleição, essa mesma equipe, a popular "farinha do mesmo saco", orquestra uma falsa desavença entre eles (como aconteceu agora entre o prefeito e o vice) e fingem se dividir para dividir também  a opinião pública, confundir a cabeça do eleitor e ludibriá-los, criando a falsa expectativa de renovação. 
Tenho esperança de que esta situação se "eternize" na memória do eleitor campolimpense e traga expectativas reais de renovação no cenário político dessa cidade.  Obrigado.
Helton José Pereira"

Em resposta, o atual secretário de Governo, argumentou:
"Prezado senhor Helton José Pereira, 
Quanto ao seu gosto pelo programa intitulado CQC, idem. O assisto às vezes para dar boas risadas, a exemplo do Zorra Total, Pânico na Band, a Praça é Nossa etc. O quadro intitulado "Proteste Já" tem a pretensão de ser uma reportagem jornalística séria, porém é realizado pelos mesmos atores e humoristas que compõem o restante do programa. Nada contra o humor, porém encarar tal proposta irreverente e escarnecedora como jornalismo é no mínimo ingênuo.
Em momento algum nosso prefeito recusa receber membros da imprensa, segundo os padrões que definem a respeitada categoria. A questão que o CQC tentou usar como justificativa para fazer o mesmo que tem feito com inúmeras personalidades do país (escárnio) encontra-se subjudice. Caberá à Justiça decidir se houve ou não irregularidade na contratação em questão, e a verdadeira imprensa certamente irá noticiar.
Quanto à vossa opinião acerca da política local, e sua "teoria da conspiração", merece nosso respeito e poderá, ou não, ser comprovada, pelo breve futuro. Ao término de nosso mandato, seus resultados serão submetidos ao julgamento popular das urnas, como aconteceu com os quatro mandatos dos dois médicos que governaram a cidade por 16 anos, e que deixaram o Hospital nas condições que o senhor criticou em 2012.
Roberto Januário, Secretário de Governo da Prefeitura de Campo Limpo Paulista"

Link original das citações acima (clique aqui).

Vamos a alguns grifos:
"O quadro intitulado "Proteste Já" tem a pretensão de ser uma reportagem jornalística séria, porém é realizado pelos mesmos atores e humoristas que compõem o restante do programa. Nada contra o humor, porém encarar tal proposta irreverente e escarnecedora como jornalismo é no mínimo ingênuo."

"(...)  a verdadeira imprensa certamente irá noticiar"

Chega a ser ridículo essa trupe de incompetentes reivindicar "seriedade" para a atuação de uma equipe de TV. O que eles sabem de seriedade? Ao longo de 19 meses, não conseguiram convencer que saibam o que seja isso. 

Vejamos:
a) Prometer aumento real de 20% nos salários do funcionalismo e aprovar no segundo ano de ocupação do poder menos de 7%;

b) Romper contrato com a editora do sistema apostilado, ter uma despesa a menos de R$ 1 milhão com isso e, mesmo assim, alegar não ter recursos para comprar suprimentos como papel higiênico e produtos de limpeza nas escolas;

c) Começar a construção de uma UBS que foi chamada de UPA depois virou UBS no Jardim Europa e, agora, deixar o prédio às moscas;

d) Receber três creches em construção e, em 19 meses, ter entregue apenas duas, sendo que a segunda foi entregue deixando nu muitos santos para cobrir o novo;

e) Bater recordes insuperáveis na dança das cadeiras sendo que a última enevoada rescisão de contrato foi do badalado secretário de Esportes que, por acaso, é filho do "super-sério", da "Lenda", do "Mito", do "homi-di-ferru";

f) Reativar com carga máxima a "indústria da multa" que o Badameco-mor dizia existir para enriquecer ao Hashimoto. E agora, "enriquece" a quem?;

g) Estrangular a folha de pagamento chegando próximo dos 54% da despesa do município sendo que, quando estavam de fora, fizeram escarcéu quando a gestão anterior superior o limite de 51,3%;

h) Não realizar a Festa Julina pelo segundo ano consecutivo sendo que em 2013, cancelaram a festa com o argumento de que estariam destinando mais dinheiro para a saúde e ainda diz em rede social: "solidariedade a gente vê por aqui";

i) Propalar, em julho do ano passado, que já dispunham dos R$ 300 mil para reforma do teatro que "estava caindo" e até agora não se moveu uma telha do lugar e nem um pé em direção à tal reforma;

j) Interromper contrato com a antiga gestora do Hospital de Clínicas com a promessa de (1) melhorar no atendimento e (2) reduzir custos (economizar). Na real: contrato de quase R$ 90 milhões; precarização do atendimento; record em boletim de ocorrência no prédio ao lado;

k) Permitir que a cidade alcançasse 300 casos de Dengue e ainda dizer que é "culpa do japonês";

l) Enviar o famigerado projeto de lei 571 com a promessa de reduzir 303 cargos, contratar 140 médicos e revolucionar a gestão pública. Na prática: ninguém demitido; salários de aspones em dobro; inchaço de uma nova diretoria que foi criada para "angariar recursos" e, de verdade, "só consome o erário";

m) Não dar conta de ferramentas de trabalho dos professores como lousas digitais e notebooks (laptops dos alunos);

n) Vir a público e, descaradamente, dizer que as reformas das estações da CPTM de Botujuru e Campo Limpo são conquistas, desta administração;

o) Bater nos peitos, cinicamente, que o novo viaduto é conquista de quem por ele não moveu uma palha;

p) Confessar, publicamente, que mantém contrato com empresa de segurança que, em tese, estaria protegendo a sumidade por ameaça que não existe um mísero áudio, ligação, bilhete entregue por pombo-correio;

q) Desvio de função de "n" Guardas Municipais, inclusive para proteção indevida de chefe do executivo que, quando precisa de proteção, de fato, tem designação de policiais militares assinada pelo Governador do Estado;

r) Piora em todos os sentidos de uma das festas de mais fácil realização: Carnaval. Acerca do qual um carnavalesco já disse: "Vocês não precisam melhorar, basta manter. Resultado: ficou muito pior".

s) Recorde de denúncias no Ministério Público municipal com citações referentes a trasporte escolar (R$ 4 milhões), suco de uva (quase meio milhão), contratação indevida de empresa de saúde (R$ 5 milhões);

t) Gastos desnecessários com locação de veículos e imóveis;

u) Propositura de um verdadeiro favelamento da cidade com a intenção de picotar a cidade e aglomerar pessoas sem a menor perspectiva de oferecer recursos hídricos, vagas de emprego, equipamentos de saúde e educação na mesma proporção de aumento da população;

v) Suspeita de acúmulo de riqueza desproporcional aos soldos oficiais com parente que consegue, em menos de um ano, imóvel de R$ 400 mil em área de chácaras;

w) Busca frenética pelo engavetamento de legendas partidárias apenas por arrotar uma expertise política que está coberta de pó e entretecida pelas teias do sarcófago de onde sai, todo dia, um certo ícone do século 15;

x) Inauguração das repúblicas de Jarinu e Jundiaí e consulado de Cajamar, contrariando o discurso do "fora forasteiros" que usavam contra Luiz e Armando que residem na cidade desde os anos 1980;

y) Gastos EXORBITANTES em publicidade para divulgar o nada e pagar o "tudo";

z) Permissão de aumento em 31,58% de aumento da tarifa municipal depois de um ano do tal "1,90" em vigor. Sendo que, quando soltaram a promessa, não fizeram questão de explicar que a redução não contemplaria 10 mil passageiros que usam o transporte para Jundiaí.

Uma gente que tem este "currículo" não pode reivindicar seriedade de ninguém. Afinal, qualquer apresentador de stand-up precisa ser muito "sério" para rir diante de narrativas como essas que ensejam mais o pranto do que o canto.

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